Fonte https://www.huffpostbrasil.com/entry/como-empreender-no-brasil_br_5e3313f8c5b6f26233260afa
A participação de jovens com idade entre 18 e 34 anos no mundo do empreendedorismo cresce a cada ano, de acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2018, feita pelo Sebrae/IBQP. Atualmente, representa 38% da população (cerca de 51,9 milhões de brasileiros).
A quantidade de empreendedores que escolheu essa função aumentou em 2018 e soma quase 62% das novas empresas daquele ano. Em 2015, no auge da crise econômica, esse percentual era de 56,5%.
Já os negócios que surgiram por necessidade, ou seja, criados pela falta de emprego, caiu para 37,5% em 2018. Três anos atrás, o índice era de 42,9%.
Se o momento está propício para empreender, mas você não sabe por onde começar, talvez algumas dicas do empreendedor Marcus Rossi, 32 anos, sejam de grande ajuda.
Rossi é CEO e co-fundador da Summit Hub, dona do Gramado Summit, um dos maiores eventos de empreendedorismo e inovação do Brasil. A quarta edição da Gramado Summit acontece entre os dias 5 a 7 de agosto deste ano e contará com 140 palestrantes nos palcos de conteúdo. A edição deve receber cerca de 8 mil pessoas por dia.
Responsável por alavancar o empreendedorismo de base no Brasil, Marcus já foi citado pela editora Panrotas como um dos 25 jovens mais inovadores do Brasil em 2015.
O HuffPost Brasil esteve no lançamento da Gramado Summit e conversou com Marcus Rossi sobre as oportunidades do empreendedor brasileiro ― e o que levar em consideração para este importante passo. “Para quem quer empreender, saiba que é um caminho muito mais difícil, mas ele é muito gratificante”, disse Rossi.
Veja abaixo 6 ensinamentos do empreendedor sobre os primeiros passos para empreender no Brasil:
Seu serviço/produto agrega valor?
“O primeiro passo é enxergar a oportunidade. Não importa se o empreendedor está começando por necessidade ou por escolha. O importante é achar uma oportunidade para a criação de um serviço ou produto que realmente agregue algum tipo de valor ao consumidor. Isso é muito importante: o empreendedor, com o tempo, vai entender melhor o mercado, ou seja qual é ‘oferta versus demanda’ desta área.
Quando ele começar a criar algo do zero, ele precisa enxergar uma oportunidade; onde existe alguma dor que ele possa resolver, como ele pode criar uma solução bacana para melhorar a vida das pessoas como um todo, através daquele produto ou aquele meu serviço.”
Foque nos desafios do Brasil
“Eu, como empreendedor, sempre vou achar que países não tão desenvolvidos são um celeiro de oportunidades para empreendedores. Aqui se consegue criar soluções que ainda não existem para esses mercados. Existe muita coisa para ser melhorada, muito problema para ser resolvido, muita dor que precisa de solução. O Brasil é um bom espaço para empreender.”
Pense nos 280 milhões de consumidores
“Somos 280 milhões de pessoas. É um número expressivo de consumidores sob uma mesma legislação ou que pensa da mesma forma. E, claro, a gente tem alguns problemas, existe burocracia, mas isso se resolve com o tempo. Quanto mais empreendedores surgirem, automaticamente as políticas públicas facilitam a vida de quem quer empreender.”
Aproveite as ferramentas acessíveis
“Hoje empreender está muito mais fácil do que alguns anos atrás. Isso não quer dizer que é fácil empreender ― na verdade, continua muito difícil. Mas hoje temos facilidades que as gerações passadas não tiveram, como acesso à informação. Qualquer teoria que preciso buscar pra aplicar na prática, eu consigo digitar no Google e descobrir como fazer algo melhor.”
Dê atenção aos eventos de empreendedorismo
“Existe uma série de agências governamentais que oferece mentoria para fomentar o empreendedorismo. E, é claro, a participação de eventos que discutem inovação e empreendedorismo. Networking são fundamentais para quem quer empreender.”
Empreender é para você?
“Empreender não é para todos. Não existe nada de errado em uma pessoa que não quer empreender e desejar ser executivo. Acho tão nobre quanto. Empreender é um caminho muito mais difícil, mas ele é muito gratificante.”
*A repórter viajou para o Rio Grande do Sul a convite da Gramado Summit.