Fonte https://www.huffpostbrasil.com/entry/academia-coronavirus_br_5e6aa516c5b6747ef119a4d7
Desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia de coronavírus e os casos no Brasil e no mundo explodiram, aumentaram as preocupações sobre o contágio, principalmente em lugares públicos e onde há aglomerações. E um dos locais que mais geram dúvidas é a academia.
A imprensa internacional chegou a noticiar que a academia seria um dos piores lugares para frequentar no momento em que os casos de covid-19 aumentam diariamente e que autoridades internacionais e nacionais recomendam o distanciamento social e, em casos de suspeitas ou infecções, quarentena.
Os motivos para se evitar a academia seriam diversos: são locais que recebem muita gente, principalmente em horário de pico; são ambientes fechados e possuem máquinas e itens (como pesos e colchonetes) que têm constante contato humano ― e, muitos deles, bem suados.
“Todo lugar que tiver bastante gente é um local de risco”, alerta o infectologista João Prats, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O infectologista recomenda que os brasileiros sigam as diretrizes do Ministério da Saúde e de órgãos internacionais e evitem de frequentar locais públicos, se isto for dispensável. “Este não é o momento para frequentar a academia”, ressaltou.
A única exceção vai para aqueles que estão em tratamento, como fisioterapia, e precisam seguir com as sessões. “Se este for o caso, prefira ir em horário com pouco movimento e sempre leve o álcool 70% em gel para higienizar as mãos depois de usar cada equipamento”, sugere. “Se este não é o caso, não vá.”
Para o infectologista, o principal agravante em relação à academia é que há mais chances de transmissão do vírus porque existe uma rotação de uso dos mesmos aparelhos e objetos. “Todo mundo mexer nos mesmos objetos em um pequeno intervalo de tempo pode contribuir para que o vírus se espalhe”, explica, lembrando que o vírus não é transmitido pelo suor, mas por espirros, tosse, gotículas de saliva e pelas mãos, após tocar ou cobrir a boca.
“A academia passou a ser considerada uma área de risco para a transmissão. Se a ida não é essencial, se exercite em casa.”Infectologista João Prats
O infectologista avalia que o distanciamento social não visa proteger apenas o indivíduo, mas também pessoas que convivem com ele. “Um jovem pode continuar frequentando a academia, ser infectado, não apresentar sintomas, e acabar transmitindo para familiares que estão no grupo de risco”, avalia.
Estas recomendações não significam que você deve parar de se exercitar. Muito pelo contrário: atividade física faz parte de um estilo de vida saudável e contribui para a saúde e para o sistema imunológico, em geral.
Em vez de ir à academia, o infectologista sugere fazer exercícios em casa ou ao ar livre, tomando cuidado de ter o mínimo de contato com pessoas e mantendo distância de aglomerações. “Reduzindo nossas interações, nós reduzimos também a transmissão da doença.”
Para aqueles que precisam continuar com a fisioterapia em local público, Prats recomenda escolher horários alternativos e utilizar álcool 70% em gel toda vez que terminar um exercício em cada aparelho, tomando o cuidado de não mexer nos olhos, nariz e boca enquanto estiver se exercitando.
Ele também recomenda cuidado com o álcool disponibilizado nas academias, que podem não ser 70%. “Tem que ser um álcool em gel específico para as mãos. Algumas academias disponibilizam álcool que não é anti-séptico, é só para limpar o suor”, ressalta.