O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que as eleições parlamentares para o período 2021-2026 serão realizadas no dia 6 de dezembro. Neste ano, serão eleitos 277 deputados para a Assembleia Nacional, o que representa 60% a mais que a composição atual. O parlamento atualmente é composto por 167 deputados, a ampla maioria do setor opositor, que assumiu a presidência do legislativo nos últimos cinco anos.
O poder eleitoral também modificou a forma de escolha dos parlamentares: 52% serão escolhidos por um esquema de listas enviadas pelos partidos e 48% por voto nominal. As novidades fazem parte das normativas especiais aprovadas pelo CNE, como parte dos acordos assinados entre governo e oposição.
:: Acordo entre governo e oposição define novo conselho eleitoral na Venezuela ::
“Com essa normativa estamos avançando de forma contundente para dar respostas às demandas do povo venezuelano por eleições parlamentares em consonância com a realidade do país”, afirmou a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, Indira Alfonzo.
O processo terá início no dia 13 de julho, com a inscrição de chapas e das listas partidárias. Em agosto, serão realizadas as primeiras auditorias de um total de 15 verificações do sistema eleitoral, que é considerado um dos mais seguros do mundo.
Já no dia 11 de outubro será realizada a primeira simulação das eleições para que os cidadãos e funcionários que coordenarão o processo se adaptem às medidas sanitárias para evitar a propagação do novo coronavírus.
Até o momento, a Venezuela registra 6.273 infectados com covid-19 e 57 falecidos. Nas últimas 24 horas, foram computados 157 contágios por transmissão comunitária e 54 casos importados. Com ajuda humanitária da China, Rússia, Irã e Cuba, o país aplicou 1.283.692 provas de diagnóstico, mantendo umas das médias mais altas da região com 42 mil testes para cada milhão de habitantes.
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Apesar da pandemia, as autoridades venezuelanas decidiram manter o processo eleitoral que, segundo a Constituição, deveria ser realizado até o final de 2020. De acordo o presidente Nicolás Maduro, a reforma do poder eleitoral, assim como as novas normativas anunciadas pelo CNE, fizeram parte dos diálogos iniciadas em 2019 com vários setores da oposição.
“Está demonstrado ao país, a todo o povo da Venezuela, que temos um Conselho Nacional Eleitoral repotencializado, trabalhando para a democracia, para a liberdade e para que o povo decida com seu voto o futuro do país”, afirmou o chefe de Estado.
O setor opositor representado pelo deputado Juan Guaidó afirma que não participará do processo por suposta fraude. No entanto, dentro dos próprios partidos que conformam o chamado G4 – grupo com as quatro maiores organizações opositoras do país – há divisões internas sobre a posição de disputar ou não as eleições parlamentares.