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Dodge diz apoiar todos integrantes do MP, mas cobra atuação dentro da legalidade

Procuradora-geral da República abriu reunião de conselho do Ministério Público. Mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato provocaram questionamentos sobre a força-tarefa.

Em discurso de abertura durante a primeira sessão do semestre do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse apoiar a atuação de todos os integrantes do Ministério Público no combate à corrupção, mas cobrou dos procuradores respeito aos “marcos da legalidade”.

Dodge discursou em meio a revelações de trocas de mensagens atribuídas ao coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol. Ele é alvo de um processo e reclamações disciplinares no Conselho.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em evento na semana passada sobre o aniversário de 13 anos da Lei Maria da Penha — Foto: José Cruz/Agência Brasil

O procurador é uma das autoridades que tiveram o celular invadido por hacker. Parte das conversas no aplicativo Telegram atribuídas a ele foi exposta em publicações do site The Intercept.

Mensagens atribuídas a Dallagnol apontam que ele tentou organizar uma empresa para lucrar com palestras e recebeu sugestões do ministro da Justiça Sergio Moro, então juiz federal e responsável pela Lava Jato em Curitiba, sobre como proceder diante de determinadas investigações da operação.

“O apoio da PGR é expressão concreto que alia pensamento e ação, intenção e gesto. O combate à corrupção é um dever constitucional”, afirmou Dodge.

“A PGR apoia a atuação institucional de todos os seus membros para o cumprimento da missão, mas igualmente exige que o desempenho da atuação institucional se dê inteiramente dentro dos marcos da legalidade”, completou a procuradora-geral.

Em sua fala, Dodge ressaltou o papel do Ministério Público no combate à corrupção, chamada pela procuradora de “vício humano”. De acordo com ela, a corrupção, entre outras consequências, destrói projetos de vida, degrada o meio ambiente e impede demarcação de terras indígenas.

“O livre exercício do Ministério Público está expressamente assegurado na Constituição. O Brasil quer e precisa de um Ministério Público com coragem para enfrentar a corrupção, esse vício humano que corrói recursos públicos, maltrata o devido processo legal, é capaz de destruir projetos de vida, e interferir na realização do direito à saúde, à moradia, entre tantos outros. Que é capaz de degradar o meio ambiente, impedir que terras indígenas sejam demarcadas, e estimular destruição de seus bens, suas culturas e suas vidas”, disse a procuradora.

Dodge também comentou a prorrogação por mais um ano dos trabalhos da força-tarefa da Lava Jato na PGR. A prorrogação foi determinada pela procuradora nesta segunda-feira (12).

“Ontem [segunda-feira] comuniquei a prorrogação de uma das mais importantes frentes de atuação do Ministério Público Federal. A atuação de um ofício ministerial perante vara federal em Curitiba, que se constitui em um dos casos mais importantes no combate à corrupção de verbas públicas”, afirmou Dodge.

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