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OMS chama países do Hemisfério Sul a se prepararem para ondas de calor

Fonte https://nacoesunidas.org/oms-chama-paises-do-hemisferio-sul-a-se-prepararem-para-ondas-de-calor/

Brasileiros se protegem do sol forte e altas temperaturas em Brasília. Foto:Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom

Brasileiros se protegem do sol forte e altas temperaturas em Brasília. Foto:Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom

Frente às ondas de calor que afetaram Austrália, Canadá, Estados Unidos, Europa, Índia, Paquistão e Japão em 2019 e as previsões de que esse fenômeno atingirá várias partes da América do Sul, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) pedem aos países da região que se preparem para os impactos na saúde das pessoas, incluindo a morte.

Nos últimos 12 meses, 24 países das Américas foram afetados por ondas de calor, entre eles Argentina, Bahamas, Barbados, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Venezuela e Uruguai.

As previsões meteorológicas para a América do Sul indicam que há probabilidade de ondas de calor que podem aumentar o estresse induzido pelas altas temperaturas, reduzir a disponibilidade de água, aumentar o risco de incêndios florestais e a perda de colheitas. As ondas de calor também podem provocar cortes de energia elétrica, reduzindo o acesso à ventilação, refrigeração e ar condicionado.

Planos de contingência

Devido à situação, a OPAS publicou materiais de comunicação para o público geral sobre medidas que podem ser tomadas, bem como um guia para ajudar os países da região a formular planos de contingência para lidar com as ondas de calor.

Essa publicação fornece recomendações que o setor de saúde e as agências meteorológicas podem implementar para se preparar e responder melhor a essa ameaça, evitar os efeitos adversos das ondas de calor, atender as pessoas afetadas e salvar vidas.

O guia enfatiza que os planos de contingência devem determinar a probabilidade e a intensidade dos impactos na população, emitir alertas e garantir a implementação da resposta de acordo com o nível da ameaça.

Os países devem fortalecer a vigilância epidemiológica da morbidade e da mortalidade associadas ao calor e melhorar a capacidade dos serviços de saúde (capacitação de profissionais, melhorias no desenho de novos hospitais e equipamento dos hospitais existentes em áreas de alto risco. As autoridades locais devem se comunicar efetivamente pelos meios de comunicação e outros canais sobre a ocorrência das ondas de calor, bem como sobre as respostas entre as agências, medidas de prevenção e autocuidado.

Alguns países avançaram no sentido de melhorar a preparação frente às ondas de calor seguindo essas recomendações. Contudo, o conhecimento deste risco ainda é limitado e é necessário aumentar a capacidade de resposta.

O impacto das ondas de calor na saúde humana

A exposição ao calor pode causar sintomas graves, como insolação, causada pela incapacidade do corpo de regular a temperatura; com isso, as pessoas podem apresentar pele quente, seca e vermelha, pulsação rápida e forte, náusea, cãibras e perda de consciência, o que pode levar ao coma e à morte.

A maioria das mortes que ocorrem devido às ondas de calor é causada pelo agravamento de doenças infecciosas ou crônicas (cardiopulmonares, renais, endócrinas e psiquiátricas). Outros sintomas são edema nos membros inferiores, erupção cutânea no pescoço, dor de cabeça, irritabilidade, letargia e fraqueza.

Pessoas com maior risco de sofrer complicações ou morte durante uma onda de calor são crianças, idosos e pessoas com condições crônicas que requerem medicação diária.

As reações ao calor dependem da capacidade de cada pessoa se adaptar e efeitos graves podem aparecer repentinamente. Por isso, é importante prestar atenção aos alertas e recomendações das autoridades locais.

Prevenindo os efeitos nocivos do calor

A OPAS/OMS recomenda que as pessoas se informem sobre alertas e previsões meteorológicas no rádio e na TV; evitem a exposição ao sol durante os horários de maior calor; não deixem crianças ou pessoas idosas sem vigilância em veículos estacionados.

Também recomenda evitar se exercitar ou praticar atividades intensas ao ar livre sem a proteção adequada; beber água a cada 2 horas, mesmo que não esteja com sede; tomar banhos frios ou banhos em locais seguros (evitando correntes fortes de água).

Outras recomendações incluem manter a casa fresca, cobrindo janelas durante o dia e usando ar-condicionado ou ventiladores nas horas mais quentes. É necessário garanta que as conexões elétricas sejam seguras; se tiver alguma doença crônica e dizer uso contínuo de medicamentos, consultar o médico.

O que fazer se houver sinais e sintomas de exaustão por calor ou insolação?

A exaustão por calor ocorre em pessoas fisicamente ativas. Sem tratamento, a condição pode piorar e o indivíduo pode desenvolver insolação.

A insolação é uma emergência médica com risco de morte. O indivíduo deve receber cuidados de saúde em um hospital; interromper todas as atividades físicas; chamar uma ambulância imediatamente; ir a um local fresco.

A OPAS/OMS recomenda usar qualquer meio físico para facilitar o resfriamento (como resfriar a cabeça e o corpo com água e “abanar” a pessoa para reduzir a temperatura).

Os sinais de alerta em casos moderados e graves: 

Exaustão por calor:

Transpiração intensa;
Pele fria e pálida;
Temperatura abaixo de 40ºC;
Tontura ou desmaio;
Dor de cabeça;
Respiração acelerada;
Pulso rápido e fraco.
Insolação:

Pele quente, vermelha e seca;
Temperatura acima de 40ºC;
Dor de cabeça latejante;
Perda de consciência ou coma;
Pulso rápido e forte.

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