Fonte https://br.noticias.yahoo.com/ministro-da-venezuela-diz-que-202100256.html
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da Venezuela voltou a acusar o Brasil de ter participação em um ataque a uma base militar no sul do país, ocorrido no domingo (22), no qual foram roubadas armas, incluindo equipamentos para derrubar aeronaves. Em uma entrevista coletiva, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, apontou o traficante de ouro Toñito Fernandez como mentor do ataque, e disse que os militares desertores que participaram da ação ficaram hospedados por 15 dias em um hotel em Pacaraima, em Roraima. "O governo do Brasil tem que explicar porque um criminoso, traficante de ouro e assassino, que esteve por trás de ações contra o comando da Venezuela, este senhor, Antonio "Toñito" Fernández, foi quem manteve os desertores e criminosos em Pacaraima durante 15 dias, quem lhes deu dinheiro e quem lhes prometeu dar uma quantidade de dinheiro depois que eles atacassem a base militar", questionou Rodríguez. "O governo do Brasil não tem nada a ver com isso? Então que prenda e nos entregue Toñito", disse o ministro. Nesta segunda, o Itamaraty negou que o Brasil tenha tido qualquer participação neste episódio. Rodríguez disse também que o ataque ao quartel tinha como objetivo roubar armas, incluindo lança-foguetes, para forjar um ataque venezuelano contra um avião ou helicóptero da Colômbia. "O objetivo era montar um 'falso positivo' para que o governo dos EUA pudesse então intervir militarmente na Venezuela", acusou. No domingo, Rodríguez havia publicado em uma rede social que os autores do ataque ao quartel "foram treinados em acampamentos paramilitares plenamente identificados na Colômbia, e receberam a colaboração ardilosa do governo de Jair Bolsonaro. As mensagens foram compartilhadas também pelo perfil do ditador Nicolás Maduro. Ainda segundo o ministério, os invasores levaram um lote de armas e um caminhão da base do batalhão 513 de infantaria de selva Mariano Montilla, que fica em Gran Sabana, estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil. De lá, atacaram duas delegacias policiais, onde roubaram mais armas. Na cidade de Luepa, houve confrontos envolvendo civis e militares, e um soldado morreu. Após o ataque, várias unidades militares e policiais perseguiram os invasores e conseguiram recuperar as armas. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, afirmou que os detidos estão fornecendo informações de interesse criminal e que as forças de segurança do Estado estão atrás dos outros agressores. De acordo com o portal digital El Pitazo, os assaltantes, apoiados por um grupo de indígenas, levaram mais de 100 fuzis. Em 14 de dezembro, o governo Maduro acusou dois parlamentares de planejar um golpe contra o ditador Nicolás Maduro, com suposta cumplicidade do líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países. Segundo Rodríguez, o plano, que incluía invadir dois quarteis no estado de Sucre, era parte de uma suposta conspiração cujo objetivo era tomar outros destacamentos em Caracas e outras regiões.