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Os 11 melhores filmes de 2019

Fonte https://www.huffpostbrasil.com/entry/melhores-filmes-2019_br_5e08a5bbe4b0843d36079e73

O ano de 1999 é o mais celebrado pela crítica de cinema nas últimas duas décadas e, ao que tudo indica, 2019 será um concorrente à altura. O ano trouxe alguns dos melhores filmes desta década, com uma variedade impressionante. Drama, terror, thriller… Tem de tudo. Ainda há filmes que misturam tudo isso, como o excelente Parasita.

Por conta disso, tivemos até que fazer uma lista com 11, não conseguimos chegar a um consenso e fechar com o tradicional top 10.

Aqui está a nossa seleção e nos diga o que achou nos comentários:  

11 – O Farol

Após o grande sucesso de A Bruxa, um dos melhores (talvez até o melhor) filmes de terror da década, a pressão em cima do cineasta americano Robert Eggers era imensa. Mas ousado como é, Eggers não se conteve em fazer apenas mais um A Bruxa. Seu segundo longa é bem mais radical e atmosférico. Inspirado no cinema alemão das décadas de 1920 e 1930, ele conta uma tensa (e por vezes até engraçada) fábula sombria que mistura lendas marinhas, superstição e sexualidade, sempre aproveitando para tirar um sarro com a fragilidade da masculinidade. Robert Pattinson e Willem Dafoe travam um duelo divertidíssimo.
Sinopse: Em uma ilha isolada na costa do Maine no início do século XX, dois faroleiros iniciam seu turno. O veterano Thomas Wake (Dafoe) e novato  Ephraim Winslow (Pattinson) logo entram em conflito, já que Wake não deixa Winslow ter acesso ao farol, ordenando que ele faça todo o resto do serviço pesado. Obcecado em descobrir o que acontece no farol, Winslow começa a perceber que coisas estranhas estão acontecendo na pequena ilha, onde nada é o que parece.

10 – Jóias Brutas 

Os irmãos novaiorquinos Benny e Josh Safdie já tinham chamado muito a atenção da crítica em 2017 com o alucinante (e excelente) Bom Comportamento, e voltam a fazer o mesmo com o não menos desconcertante Jóias Brutas. O filme é uma crônica da Nova York que os turistas não conhecem, que mais parece um teste para os nervos. Nele, o personagem de Adam Sandler – na melhor performance de sua vida – não para de falar e fazer as piores escolhas possíveis. Um turbilhão claustrofóbico que faz o público sair fisicamente exausto da sessão.  
Sinopse: Dono de uma loja de joias em Nova York, o viciado em jogo Howard Ratner (Adam Sandler) tem a grande chance de sanar suas dívidas quando recebe uma rara opala africana na primavera de 2012. O astro da NBA Kevin Garnett se interessa pela pedra, mas Howard quer leiloa-la para poder ganhar mais dinheiro. O problema é que a obsessão de Garnett, seus cobradores e a incrível tendência de Howard à autossabotagem podem botar tudo a perder. 

9 – História de um Casamento

Inspirado no próprio processo de separação entre o diretor Noah Baumbach e a atiz Jennifer Jason Leigh, a produção da Netflix consegue mostrar o fim de um relacionamento com toda sua lavação de roupa suja sem se esquecer da ternura. Com um tom agridoce que se equilibra entre a sinceridade e a ironia, História de um Casamento é, ironicamente, uma ode ao amor presente nos bons e nos maus momentos.
Sinopse: Em meio a um processo de divórcio relativamente amigável, a atriz Nicole (Scarlett Johansson) resolve buscar assistência da advogada Nora Fanshaw (Laura Dern). A atitude desagrada o diretor teatral Charlie (Adam Driver), que não quer que Nicole troque de vez Nova York por Los Angeles, deixando-o longe do filho do casal, o pequeno Henry (Azhy Robertson). Disposto a lutar, ele corre atrás de um advogado para representa-lo no processo.

8 – Atlantique

É de se impressionar o fato de que Atlantique seja um filme de estreia. A francesa (de origem senegalesa) Mati Diop mostra uma maturidade incrível como cineasta. Além de demonstrar muita técnica com imagens e planos inventivos, ela assina um roteiro sólido que conta uma surpreendente história de amor que mistura a dura realidade africana com elementos sobrenaturais. Logo em seu primeiro longa, Diop faturou o Grand Prix, terceiro prêmio em importância do Festival de Cinema de Cannes. 
Sinopse: Prometida em casamento para um homem que ela não ama, Ada, de 17 anos, está apaixonada por Souleimane, um jovem pedreiro que trabalha na construção de um arranha-céu em Dakar, capital do Senegal. Porém, Souleimane e seus colegas não recebem salário há meses e, no desespero, acabam decidindo emigrar para a Espanha em uma precária balsa. Devastada com a sumiço de seu amado, Ada resolve se casar com Omar, mas um incêndio criminoso adia o casamento, e o culpado pode ser Souleimane. Pelo menos é isso que a polícia imagina.

7 – Retrato de uma Jovem em Chamas

Prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, Retrato de uma Jovem em Chamas ratificou o status de grande promessa da francesa Céline Sciamma, que apareceu para o mundo com o ótimo Tomboy, em 2011. O feminino sempre foi muito presente em seu cinema, e aqui não é diferente. Porém, em Retrato de uma Jovem em Chamas, Sciamma vai ainda mais fundo em questões como identidade, sexualidade e patriarcado, de uma forma que combina urgência e sutileza, revolta a ternura.  
Sinopse: Marianne (Noémie Merlant) é uma jovem pintora na França do século XVIII que é contratada por uma mulher que quer que ela pinte um retrato de sua filha Héloise (Adèle Haenel) para poder apresentá-la a seu futuro marido na Itália. Mas Héloise se opõe ao casamento e rejeita posar para qualquer artista. Assim, Marianne finge ser uma companheira de caminhadas para poder estuda-la e pintar seu retrato à noite. No entanto, ela vai ficando cada vez mais próxima de Héloise e passa a concordar com o desejo de sua modelo em não se casar com um estranho.

6 – Era uma Vez em… Hollywood

Quando Quentin Tarantino anunciou que a Família Manson seria retratada em seu novo filme, muita gente ficou com o pé atrás. Mas ele surpreendeu todo mundo com um filme tipicamente tarantinesco, mas que traz uma sensibilidade ainda inédita na filmografia do diretor. No final das contas, Era uma vez em… Hollywood é uma carta de amor de Tarantino à Hollywood da década de 1960, com o que ela tinha de mais mágico e mais sórdido. Quem diria que um dia veríamos um Tarantino sensível… 
Sinopse: Na Los Angeles de 1969, o decadente ator de TV Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) tenta sua última cartada para entrar no mundo do cinema. Acompanhado de seu inseparável dublê Cliff Booth (Brad Pitt), ele é contratado para um papel em um faroeste. Mas o coordenador de dublês da produção não gosta de Cliff. Sem mais nada o que fazer, ele se engraça com uma jovem hippie que o leva para conhecer sua “família” em um rancho cenográfico abandonado. O que ele não sabe é que a tal “família” é a famigerada família Manson, seguidores de Charles Manson que ficaram famosos por assassinar brutalmente a atriz inglesa Sharon Tate (Margot Robbie), grávida de seu então marido, o diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha).

5 – Dor e Glória

Drama com tons autobiográficos mesclados com a mais pura ficção típica das tramas do espanhol Pedro Almodóvar, Dor e Glória é uma produção em que tudo é cinema e cinema é tudo. Desde a meticulosa escolha das cores que envolve seus personagens, dando-lhes uma profundidade que vai muito além do texto e das atuações, até a noção metalinguística que une realidade e ficção como elementos inseparáveis de uma mesma história. E com uma atuação monstruosa de Antonio Banderas.     
Sinopse: Sofrendo com muitas dores físicas e com sua carreira em declínio, o cineasta Salvador Mallo (Antonio Banderas) é convidado para participar de uma exibição de comemoração de aniversário de um de seus principais filmes. O fato o faz se reencontrar com o protagonista da produção, com quem ele ficou insatisfeito na época das filmagens e não fala há 30 anos. O reencontro acaba fazendo Salvador repensar sua vida e relembrar fatos que marcaram sua infância.

4 – Nós

Um dos nomes mais significativos da nova onda de diretores afro-americanos, junto com Barry Jenkins (Moonlight: Sob a Luz do Luar), Ryan Coogler (Pantera Negra) e Donald Glover (da série Atlanta), Jordan Peele gosta de levar questões sociais ao cinema de gênero. Em seu caso, o terror. Se em Corra! a discussão era sobre o abismo racial no Estados Unidos, em Nós o “inimigo” são os americanos em geral e ponto final. Colocar o dedo na ferida de seu próprio público pode ser arriscado, mas Peele sabe fazer isso com precisão e, de quebra, muita ironia.
Sinopse: A família Wilson, constituída por Gabe (Winston Duke), Adelaide (Lupita Nyong’o) e seus filhos Zora (Shahadi Wright Joseph) e Jason (Evan Alex), resolve passar um fim de semana em uma casa de praia. Tudo ia muito bem até que em uma noite a casa é invadida por estranhos que, para a surpresa dos Wilson, são versões diferentes (e sombrias) deles mesmos.

3 – O Irlandês

Respaldado pela Netflix, Martin Scorsese fez o filme que queria fazer há anos. À primeira vista O Irlandês pode parecer “mais um” filme sobre máfia do diretor novaiorquino, mas não é nada disso. A temática da culpa/redenção está lá, mas o ritmo mais cadenciado e a trama desglamourizada do cotidiano de um assassino da máfia e a relação da cosa nostra com a política entre as décadas de 1950 até os anos 1980 funcionam como um testamento tanto para o cineasta quanto para seu trio de estrelas, Robert De Niro), Joe Pesci e Al Pacino. É um filme gigante em todos os sentidos. 
Sinopse: Veterano da Segunda Guerra Mundial, Frank Sheeran (De Niro) ganha a vida como caminhoneiro, mas acaba se metendo com membros da máfia. Sempre eficiente, Frank ganha a confiança de Russell Bufalino (Pesci), um dos capos mais poderosos da cosa nostra. Com o passar do tempo, Frank se torna um dos principais assassinos da máfia, conhecido como “O Irlandês”. Até que é designado para ajudar Jimmy Hoffa (Pacino), o líder sindical mais famoso dos Estados Unidos na década de 1960 e desenvolve uma amizade com ele. O problema é que Hoffa tem o péssimo hábito de acumular inimigos e um temperamento explosivo que só complica ainda mais as coisas. 

2 – Bacurau

Após flertar com o cinema de gênero nos longas O Som ao Redor (2012) e Aquarius (2016) o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Fliho – agora acompanhado de seu conterrâneo Juliano Dornelles na direção – se entrega de vez a esse elemento. Bacurau é um filme de gênero até a medula, mas nem por isso se aliena à realidade do Brasil atual. Pelo contrário, aliás. Uma jogada muito bem pensada pelos diretores, pois os tempos não estão propícios para sutilezas. Sua violência com muito gore e poucas concessões é o banho de descarrego que o Brasil necessita neste exato momento.
Sinopse: Pouco depois do enterro de sua mais velha moradora, dona Carmelita, os moradores de Bacurau, um pequeno povoado no sertão de Pernambuco, descobrem que o local não consta em mais nenhum mapa. Enquanto isso, dois estranhos forasteiros passam pelo local, um estranho drone é visto por um lavrador e cadáveres começam a pipocar aqui e ali. Temeroso do que poderia estar acontecendo, o ex-matador Pacote (Thomas Aquino) busca a ajuda de Lunga (Silvero Pereira), um famoso fora-da-lei da região.

1 – Parasita

Se você tiver que escolher apenas um filme para ver em 2019, Parasita é o filme. Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e grande favorito para abocanhar o Oscar de Melhor Filme Internacional, a produção coreana consegue o feito de traduzir o atual estado do mundo quebrando qualquer barreira cultural. Consegue ser extremamente sutil e violento como um soco no estômago. Te faz rir, chorar, ter medo e diverte ao mesmo tempo em que propõe uma reflexão profunda sobre um mundo de sonhos reservados apenas a uma pequena elite, que assiste de camarote o povo se estapeando por algo que nunca terá acesso.
Sinopse: Os Kim estão todos desempregados. Eles vivem em um apartamento minúsculo abaixo do nível da rua em um bairro pobre de Seul. Entre um bico aqui e outro ali, eles vão levando a vida dando “jeitinhos”, como roubar o sinal de wi-fi dos vizinhos. Mas a sorte deles pode mudar quando o jovem Kim Ki-woo (Woo-sik Choi) tem a chance de dar aulas particulares de inglês para uma adolescente de uma família rica, os Park. Ki-woo logo ganha a confiança da Sra. Park (Yeo-jeong Jo) e, maravilhado com a “boa vida” de sus empregadores, passa a “infiltrar” toda a sua família no luxuoso lar dos Park.

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