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A reação da classe política à demissão de Moro e acusações contra Bolsonaro

Fonte https://www.huffpostbrasil.com/entry/moro-demitido_br_5ea2f2e7c5b669fd89239cdb

Ministro Sergio Moro em pronunciamento de sua demissão nesta sexta-feira (24).

A demissão do ministro Sergio Moro, que anunciou saída do governo Bolsonaro nesta sexta-feira (24), repercutiu entre todos os poderes. Os colegas de Moro no Executivo federal passaram as últimas horas tentando demover o ex-juiz de sua decisão. Além dos militares, ministros como Paulo Guedes, da Economia, e Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, ficaram preocupados com o desembarque de Moro do governo e o significado disso para a população.

Moro deixou o Ministério da Justiça após sucessivas tentativas do presidente Jair Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal, culminando com a exoneração do diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo. Para substituí-lo, Bolsonaro queria um nome próximo a ele, “alguém para quem pudesse ligar, ter o contato pessoal, colher relatórios de inteligências” das investigações, conforme disse Moro em um pronunciamento com diversas acusações de comportamento “inapropriado” do presidente.

Nesta sexta pela manhã, Bolsonaro tuitou a reprodução do Diário Oficial com o registro da saída de Valeixo e um grifo em “exoneração, a pedido”, com assinatura do presidente e do ministro. Moro nega ter pedido a demissão e assinado o despacho.

Ex-líder do governo Bolsonaro no Congresso, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), diz que o teor das declarações de Sergio Moro é “avassalador” e que o presidente “não cumpriu com a palavra” de dar carta branca ao ministro e preservar a autonomia da PF.

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Líder do partido pelo qual Bolsonaro foi eleito e depois rompeu, o PSL, no Senado, Major Olimpio (PSL-SP) disse que a saída de Moro deixa o “Brasil derrotado”. O senador acredita que o ex-ministro se fortalece para as eleições presidenciais de 2022:

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O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), fundador do MBL (Movimento Brasil Livre), classifica a pressão de Bolsonaro para interferir na Polícia Federal como “traição à direita” por não fazer um genuíno combate à corrupção.

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O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que se tornou protagonista do governo durante os trabalhos contra a pandemia de coronavírus, adotou um tom mais positivo sobre a saída do ex-colega de governo. Moro apoiava a política de isolamento social do Ministério da Saúde e não o discurso de Bolsonaro por flexibilizar o confinamento. “Outras lutas virão”, tuitou Mandetta.

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O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comparou o pronunciamento do ex-ministro com uma “delação premiada” sobre irregularidades na Presidência da República. Ele disse que ingressará com pedido de impeachment contra o presidente.

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Para o fundador do partido Novo e candidato à Presidência em 2018 João Amoêdo, é “inaceitável” o presidente tentar ter acesso a informações privilegiadas e, portanto, controlar investigações.

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Mesmo entre aliados próximos de Bolsonaro, o clima foi de luto. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) preferiu não comentar as acusações de Moro contra o presidente, mas lamentou a saída do ministro.

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A Frente Parlamentar da Segurança Pública da Câmara diz que recebeu com “extremo pesar” a notícia de saída de Moro. Em nota assinada pelo deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), presidente da bancada, manifestou preocupação com “postura intransigente” do presidente em trocar o comando da PF à revelia do então ministro.

A liderança do PSDB na Câmara entende que há uma “sinalização muito ruim à sociedade” no combate à corrupção. “À frente da pasta, [Moro] conseguiu reduzir de forma importante índices de criminalidade… Sua saída não só é uma perda considerável ao governo e ao país, como pode indicar uma mudança preocupante na condução dos assuntos pertinentes ao Ministério da Justiça”, afirmou em nota o líder do partido na Casa, Carlos Sampaio (PSDB-SP).

A direção do Podemos, partido que tentou colar sua candidatura presidencial em 2018 à imagem de Moro, também lamenta a saída do ministro. “Representa o afastamento do governo Bolsonaro do sentimento popular e do combate à corrupção. É a derrota da ética”, diz nota assinada pela presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que foi candidato à Presidência, e o deputado federal Léo Moraes (PSDB-PR), líder da legenda na Câmara.

 

 

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