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Após 2 dias em maca de hospital, avó de Michelle Bolsonaro passa por cirurgia de urgência

Após mais de dois dias aguardando atendimento deitada em uma maca no corredor de um hospital na periferia do Distrito Federal, a avó materna da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi transferida e submetida a uma cirurgia de urgência neste domingo (11).

A Folha encontrou Maria Aparecida Firmo Ferreira, 78, na tarde de sábado (10) em uma maca, com outros pacientes, no corredor do Hospital Regional de Ceilândia, a 37 km do Palácio da Alvorada, onde Michele vive com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Logo após o jornal procurar a assessoria do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), Maria Aparecida foi transferida para o Hospital de Base, unidade com mais estrutura.

Em nota na manhã deste domingo (11), o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal informou que a idosa tinha uma fratura na bacia, e não no fêmur, como ela dizia acreditar ter desde quinta-feira (8), quando deu entrada no primeiro hospital.

“Com quadro de fratura na bacia, foi internada na enfermaria ortopédica para avaliação e exames que constataram a necessidade de cirurgia de urgência, que começou por volta das 12h30 de hoje [domingo]”, informou a nota.

Maria Aparecida disse à Folha, no sábado, que deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia na quinta-feira passada. 

A avó da primeira-dama afirmou que se acidentou na manhã do mesmo dia que ingressou no hospital, na casa em que mora na favela Sol Nascente, também na periferia de Brasília. Uma de suas galinhas teria passado para a casa do lote ao lado.

“Fui pedir à mulher para pegar a galinha. O pitbull avançou no portão. Se ele pega meu rosto, tinha acabado comigo. Aí, naquele susto, caí de costas. Caí, quebrei meu fêmur e estou no corredor de espera. Tem gente aqui que tem mais de 20 dias, 30 dias e não chama [para cirurgia]. Quanto mais eu, que estou com três dias, né?”, disse no sábado, quando conversou com a reportagem, na maca do hospital de Ceilândia.

Ela afirmou que foi socorrida por dois rapazes que passaram pelo local e que foi ao hospital em uma ambulância do Samu acompanhada de Maria das Graças, mãe de Michelle, neta com quem disse não falar há cinco anos.

A Folha procurou na noite de sábado a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto, mas não houve uma resposta até o início da tarde de domingo.

Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro chamou de “mané” um repórter do jornal que o questionou neste domingo sobre a situação da avó materna da primeira-dama. Ele afirmou também que a Folha tenta estragar o Dia dos Pais.

Maria Aparecida havia dito que havia pacientes no hospital de Ceilândia com “mais de 20 dias, 30 dias” de internação e que não eram chamados para cirurgia.

A assessoria do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal disse que Maria Aparecida não passou na frente de outros pacientes, mas que foi submetida a exames que indicaram a cirurgia de urgência.

Ainda de acordo com o instituto, o Hospital de Base é referência em ortopedia e recebe pacientes de outros hospitais do DF, do entorno e de outros estados diariamente “e sempre atende todos dentro dos critérios médicos”.

No sábado, a assessoria do governador informou que, sobre o Hospital Regional de Ceilândia, onde há  outros pacientes em macas nos corredores, a unidade é um dos equipamentos que está sofrendo reformas, a primeira em 40 anos, e tem deficiências, além de ser insuficiente para cuidar da população da maior cidade do DF.  De acordo com o GDF, o hospital tem 317 leitos e 31 ortopedistas.

De acordo com a assessoria, o governador Ibaneis Rocha anunciou nesta sexta-feira (9) a construção de um novo hospital para a cidade, com 380 leitos, além de um materno-infantil, com 180 leitos.

O GDF informou não ter recebido qualquer aviso sobre eventual visita do presidente ou da primeira-dama ao hospital onde está internada Maria Aparecida.

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