Fonte https://br.noticias.yahoo.com/bolsonaro-inaugura-santa-casa-em-003000366.html
SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve nesta sexta-feira (10) ao lado de desafetos políticos do governador João Doria (PSDB) na inauguração do novo pronto-socorro da Santa Casa de Santos, no litoral paulista. Principal convidado do evento, Bolsonaro dividiu palco com os prefeitos de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB), além do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (MDB). Principal alvo dos elogios de Bolsonaro, Skaf foi adversário de Doria na campanha eleitoral de 2018 e trocaram seguidas farpas públicas. Já Doria se projeta como possível rival do presidente na eleição de 2022. "[Skaf] Tem nos ajudado muito na questão da economia, com bons conselhos, e as informações que ele me passa são um retrato de como andam os nossos empresários aqui no estado. Uma pessoa que me ajuda a decidir para que a economia caminhe bem", disse Bolsonaro. Durante a eleição em 2018, Paulo Alexandre dirigiu críticas a Doria, a quem acusou de ter traído Geraldo Alckmin (PSDB), enquanto Gouvêa, cunhado do ex-governador Márcio França (PSB), travou um embate público em torno das obras de recuperação da ponte dos Barreiros, principal ligação entre a área insular e continental de São Vicente, interditada desde 30 de novembro. Novamente, Bolsonaro demonstrou incômodo com as críticas sobre eventual sanção que garante R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral, usado para cobrir despesas de candidatos e partidos nas eleições. "Terei um momento difícil pela frente, a questão dos R$ 2 bilhões do fundão. Lanço a campanha aqui: não vote em parlamentar que recebe fundão. Eu me elegi com R$ 2 milhões, via campanha na internet e com oito segundos na televisão", afirmou o presidente. "Quem quer muito tempo [de televisão] e muito dinheiro quer esconder a verdade. Então, o parlamentar, o pessoal que já tem mandato, eles têm um momento para se fazer presente junto à população, de maneira que não precise de dinheiro para sua reeleição ou eleição", completou. Bolsonaro tem insistido em falar sobre o tema. No último dia 3, ao deixar o Palácio da Alvorada, referiu-se à sanção do projeto como uma "bomba sob seu colo". "O fundão nasceu em 2017. É uma lei e sou obrigado a cumpri-la, porque estaria, caso não fizesse, ferindo o artigo 87 da Constituição e a lei do impeachment de 1950. Eu não vou dar esse mole para a oposição." Em sua fala, ele ainda disse que botou um ponto final na proposta de taxar a energia solar. Bolsonaro explicou que o governo busca meios para quebrar monopólios para atingir um melhor preço para o gás e o combustível. Na manhã desta sexta, Gouvêa visitou Bolsonaro no Forte dos Andradas, onde o presidente se hospeda em Guarujá, acompanhado do prefeito da cidade, Valder Suman (PSB), e do deputado estadual Caio França (PSB), filho do ex-governador paulista. Antes da chegada de Bolsonaro ao evento, um homem foi detido pela Polícia Militar enquanto se manifestava. Com um exemplar da Constituição nas mãos, ele discutiu com apoiadores do presidente. O manifestante sofreu empurrões e chegou a ser agredido por um homem que usava camiseta do novo partido que Bolsonaro tenta criar, a Aliança pelo Brasil, além de ser chamado de vagabundo, petista e psolista. Bolsonaro chegou ao hospital de carro e discursou por dez minutos cercado por apoiadores. Posteriormente, conheceu as novas instalações, que recebeu investimento de R$ 4 milhões provenientes de recursos do próprio hospital. Ele deixou o local sem falar com a imprensa. O presidente está em Guarujá (SP) desde a manhã de quinta-feira (9). Ele deve retornar a Brasília na próxima terça (14). No fim do último ano, o presidente viajou para a Bahia, mas voltou antes do previsto, no dia 31. Ele também esteve sem a presença da esposa, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que passou por uma cirurgia no último dia 2 em Brasília.