Fonte http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1804
Hong Kong, dias atuais |
O nome de Sir John
James Cowperthwaite deveria ocupar
para sempre o topo do panteão dos grandes libertários. Enquanto vários de nós apenas escrevemos
sobre ideias libertárias, este cidadão de fato as transformou em política
pública para milhões de cidadãos.
Cowperthwaite
foi nomeado secretário das finanças de Hong Kong para o período de 1961 a 1971. Escocês e discípulo fiel de Adam Smith, ele
era assumidamente um economista na tradição da Escola de Manchester, ardorosa
defensora do livre comércio.
Cowperthwaite
transformou Hong Kong na economia mais livre do mundo. Durante o seu mandato, o livre comércio foi
instituído plenamente, pois Cowperthwaite se recusava a obrigar os cidadãos a
comprar bens caros produzidos localmente se eles podiam simplesmente importar
produtos mais baratos de outros países. A total escassez de recursos naturais em Hong Kong — havia
apenas a enseada onde está o porto — e o fato de que a ilha tinha de importar
até mesmo toda a sua comida tornam o sucesso de Hong Kong ainda mais
fascinante.
Ele não
aceitava protecionismo nem para as chamadas “indústrias
infantes“: “Uma indústria infante,
quando protegida e mimada, tende a permanecer infante, e jamais irá crescer e
se tornar eficiente”.
Perguntado
qual era a coisa mais premente que os países pobres deveriam fazer,
Cowperthwaite respondeu: “Eles deveriam abolir seus institutos de estatísticas
econômicas”. Quando Milton
Friedman lhe questionou, em 1963, a respeito da
“escassez de estatísticas”, Cowperthwaite respondeu: “Se eu deixá-los coletar
estatísticas, irão querer utilizá-las para planejar a economia”.
Ele era contrário a dar subsídios e a
conceder benefícios especiais para empresas.
Quando um grupo de empresários pediu a ele que providenciasse fundos
para a construção de um túnel através da enseada de Hong Kong, ele respondeu
dizendo que, se o túnel fosse economicamente sensato, o setor privado iria
construí-lo. O túnel foi construído
privadamente.