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Cotado para a PGR diz que vai levar para a equipe procurador barrado em comissão

Em aceno ao governo, subprocurador Augusto Aras afirma que não classifica gestão Bolsonaro como ‘direita radical’

O Globo

12/08/2019 – 11:38
/ Atualizado em 12/08/2019 – 18:02

O subprocurador da República Augusto Aras Foto: Agência O Globo

BRASÍLIA – Um dos nomes cotados para o cargo de procurador-geral da República, o subprocurador-geral
Augusto Aras
afirmou que, se for escolhido, vai convidar para sua equipe o procurador
Ailton Benedito
, que teve a indicação para a
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos
barrada pelo Conselho Superior do Ministério Público
na semana passada. Chefe da Procuradoria da República em Goiás, Benedito é alinhado a teses conservadoras e, nesta manhã, publicou no Twitter o link de uma reportagem em que Aras se defende de acusações de que seria simpatizante de causas da esquerda.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Aras afirmou também que pretende chamar o subprocurador-geral Eitel Santiago de Brito Pereira para ser secretário-geral da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi candidato a deputado federal no ano passado, pelo PP, mas não se elegeu.

“Eu começaria no plano administrativo convidando (para ser secretário-geral) o colega Eitel Santiago de Brito Pereira, que, uma vez aposentado, se candidatou a deputado federal pela Paraíba e como tal apoiou o candidato Bolsonaro e fez um dos discursos mais inflamados contra o atentado que sofreu o presidente “, afirmou Aras ao jornal, em referência à facada que o presidente sofreu em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral.

BELA MEGALE
:
Para se cacifar como chefe da PGR, Augusto Aras busca Rodrigo Maia

Na semana passada, aliados de Bolsonaro, incluindo a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), iniciaram uma campanha nas redes sociais contra a indicação de Aras. As mensagens reproduziam uma entrevista concedida pelo subprocurador à TV Câmara de Salvador, em 2016, em que ele afirmava que “essa política do medo tem consequências desastrosas, que é o crescimento de toda (…) uma doutrina de direita, uma direita radical”. À |”Folha”, Aras afirmou que as declarações não representam sua posição ideológica, mas uma explicação acadêmica sobre o fenômeno. Em aceno ao governo, ele afirmou que não enquadra o governo Bolsonaro dentro do espectro da direita radical.

“Não enquadro por uma razão simples: uma coisa é se fazer um trabalho ideológico de radicalização, outra coisa é se fazer um trabalho, ainda que seja partidário, de defesa da segurança pública e da segurança nacional. Entendo que o presidente Bolsonaro vem buscando a segurança pública e a segurança nacional como valor essencial”.

Na mesma entrevista, Aras citou a frase “agora, mais do que nunca, a esperança precisa vencer o medo”, o que foi interpretado por bolsonaristas como uma referência ao slogan de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. O subprocurador disse que a referência era a uma frase do filósofo Luciano.

Aras já foi recebido quatro vezes por Bolsonaro, em encontros intermediados pelo ex-deputado Alberto Fraga, amigo do presidente. Bolsonaro também já se reuniu com o subprocurador-geral Paulo Gonet, levado pela deputada Bia Kicis (PSL-DF). Em outra frente, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Fábio George, tem se reunido com integrantes do primeiro escalão do governo e do Judiciário para defender que o escolhido para a PGR seja um dos integrantes da lista tríplice: os subprocuradores-gerais Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. Bolsonaro afirmou que pretende definir a indicação até sexta-feira.

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