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Dólar bate R$ 4 e Ibovespa cede 2% ante temor com cena externa

SÃO PAULO  –  (Atualizada às 11h20) A combinação do receio sobre o prolongamento da disputa comercial entre Estados Unidos e China com a situação política na Argentina, onde o presidente Mauricio Macri sofreu uma derrota para a oposição kirchnerista, reforça o sentimento de aversão ao risco dos investidores internacionais em relação aos ativos da América Latina, como o Brasil. Esse ambiente fez o dólar comercial bater na marca de R$ 4 e o Ibovespa cair cerca de 2%.

Perto de 11h20, o dólar comercial era negociado a R$ 3,9992, alta de 1,51%, após máxima a R$ 4,0127. O Ibovespa declinava 2,03%, para 101.885 pontos. Vale ON subia 0,48%, Petrobras PN recuava 2,32% e Petrobras ON tinha baixa de 2,13%.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2021 avançava a 5,46%, de 5,39% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2025 subia a 6,96%, ante 6,85% no ajuste anterior.

Estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno nota que as moedas latino-americanas têm desempenho pior que a média das emergentes esta manhã. As cinco divisas que mais cedem frente ao dólar esta manhã são da região, encabeçadas pelo peso argentino, que abriu em alta superior a 15%.

O receio de que a economia global acabe em um processo de desaceleração mais acentuado que o esperado, em meio à disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, mantém em alta a procura por ativos considerados seguros, como o iene, o ouro e os bônus soberanos de países desenvolvidos. 

Além da disputa comercial, compõem o pano de fundo as preocupações com a situação política na Itália e no Reino Unido, que podem enfrentar, respectivamente, uma eleição antecipada e um Brexit sem acordo em breve, e as tensões políticas envolvendo a China e os manifestantes em Hong Kong.

Pode pesar ainda, especialmente sobre o Brasil, a situação política na Argentina. Ontem, o presidente Mauricio Macri sofreu uma derrota significativa nas prévias da corrida presidencial do país vizinho para o candidato Alberto Fernández, candidato da ex-presidente Cristina Kirchner.

Internamente, os investidores devem digerir ainda o IBC-Br de junho, que apontou crescimento de 0,3% na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal. O dado veio acima da expectativa dos analistas consultados pelo Valor Data, que apontava mediana de 0,1%.

Apesar do mês mais positivo, o acumulado do segundo trimestre mostrou retração de 0,13% na comparação com os três primeiros meses do ano. Na comparação com junho de 2018, por outro lado, houve avanço de 1,08%.

Os dados do BC interrompem uma série de indicadores mais fracos sobre a economia brasileira que fizeram analistas financeiros rebaixarem sucessivamente as previsões de crescimento para este ano. Segundo a última pesquisa Focus, a projeção para o PIB este ano voltou a cair, de 0,82% para 0,81%. As estimativas para o IPCA e a Selic recuaram, respectivamente, para 3,76% e 5,00%.

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