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FIDA defende recuperação, reativação e resiliência para confrontar a COVID-19 na América Latina e no Caribe

Fonte https://nacoesunidas.org/fida-defende-recuperacao-reativacao-e-resiliencia-para-confrontar-a-covid-19-na-america-latina-e-no-caribe/

Foto: Carla Francescutti/FIDA

Foto: Carla Francescutti/FIDA

Com metade da população global em quarentena, a economia mundial interrompida e o número de casos confirmados passando dos milhões, fica claro que a pandemia do Covid-19 se apresenta como a maior crise dos tempos atuais. A conclusão é do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Como em muitos outros lugares do mundo, as perspectivas América Latina e no Caribe causam preocupação ao órgão. Com 98.202 casos e 4.505 mortes confirmadas na região até o dia 20 de abril, o FMI prevê uma queda regional no PIB de 5,2%.

Essa recessão afetará desproporcionalmente os mais vulneráveis e os pobres, refletindo numa dramática reversão no cenário de conquistas na redução da pobreza. Para evitar o grande sofrimento na região, o FIDA defende que governos, sociedade civil e organizações internacionais unam-se para enfrentar a crise.

No início de abril, ministros e secretários de Agricultura, Alimentação e Desenvolvimento Rural de 26 países da região da América Latina e do Caribe divulgaram uma declaração sobre ao COVID-19 e os riscos para as cadeias de suprimento de alimentos.

Eles prometeram trabalhar em conjunto com organizações internacionais e agências da ONU – especialmente as três agências com sede em Roma, FIDA, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Programa Mundial de Alimentos (WFP, em inglês) – para garantir que as 620 milhões de pessoas que vivem na região tenham acesso a alimentação saudável, mesmo na dificuldade das circunstâncias atuais.

O FIDA está comprometido a ajudar os países da região a diminuir esse impacto, principalmente nas áreas rurais em que a instituição trabalha como parceira há mais de 40 anos. Realidades como a da Associação de Artesãs do Município de Ipiranga (ASSARIPI) – um grupo de mulheres artesãs apoiadas pelo FIDA no nordeste do Brasil que está produzindo equipamentos de proteção para profissionais de saúde -, inspiram a busca por flexibilidade, solidariedade e efetividade, que elas encontraram durante o enfrentamento da crise.

O Fundo começou a realizar consultas remotas rápidas com os governos com quem trabalha, comprometendo-se a manter contato contínuo. Através dessas consultas, o FIDA identificou maneiras para contribuir com os esforços para lidar com a crise, principalmente ajustando e reorientando projetos em andamento, sempre que possível.

Já foram identificados US$ 34,9 milhões em fundos de resposta rápida para os governos alocarem de acordo com a necessidade de seu país. Em vários casos, esses fundos permitem que os governos estendam a vida útil dos projetos em andamento, de maneira que possam utilizar a experiência e conhecimento das equipes do FIDA para continuar apoiando agricultores familiares em perigo.

Os projetos que estão atualmente sendo implementados já estão apoiando iniciativas que ajudarão os agricultores familiares a manter seus empregos e empresas, enquanto apoiam suas comunidades fornecendo alimento.

Em El Salvador, o projeto Rural Adelante acelerou os planos de investimento em quatro departamentos do leste, permitindo que as associações de agricultores produzam legumes, frutas e laticínios para abastecer os mercados locais.

Enquanto isso, no Equador, o Projeto de Fortalecimento de Atores Rurais da Economia Popular e Solidária (FAREPS) está trabalhando com associações rurais da província de Morona Santiago para estabelecer uma rede que manterá ativa a cadeia de suprimento de alimentos locais, financiando instalações de transporte e armazenamento.

No estado da Bahia, no Brasil, o projeto Pró-Semiárido está incentivando os beneficiários a se inscrever na plataforma de radar do COVID-19, um mercado virtual que criará novas oportunidades de marketing durante a fase de recuperação da pandemia. Estes são três exemplos de respostas iniciais apoiadas pelo FIDA durante a crise.

No geral, a carteira ativa financiada pelo FIDA na região soma mais de US$ 530 milhões, que serão integralmente implantados para tratar da recuperação da região quando a quarentena acabar. Enquanto isso, o FIDA segue discutindo com autoridades da América Latina e do Caribe como próximos projetos abordarão os desafios que a COVID-19 deixará para trás, sempre buscando olhar para o futuro. A proposta é que o foco se dará na recuperação precoce e em impactos mais amplos, seguindo os Planos Nacionais de Recuperação.

As soluções incorporadas em projetos futuro seguirão a abordagem 3R: Recuperação, Reativação e Resiliência. Todas as propostas de projetos irão se concentrar em colocar os agricultores e famílias rurais de volta aos negócios o mais rápido possível, garantindo a inclusão e a resiliência em uma visão inovadora de transformação rural sustentável. Esses projetos alavancarão mais recursos em coordenação com instituições financeiras regionais, com as quais as parcerias estão sendo reformuladas.

As novas operações incluirão medidas como a simplificação dos processos de negócios para beneficiar grupos maiores de beneficiários, de maneira que isso se dê em um ritmo mais rápido. Além disso, se procura melhorar o acesso a programas públicos de compras de alimentos, o fortalecimento das cadeias de suprimentos locais existentes, o desenvolvimento de ferramentas de comunicação digital para ajudar os agricultores a vender seus produtos e se reconectar às cadeias de suprimentos, assim como o fornecimento de assistência técnica aos governos para fortalecer sinergias entre produção inclusiva e proteção social.

O FIDA defende que as medidas para diminuir o impacto da pandemia do novo coronavírus devem ser implementadas de maneira a não afetar as capacidades produtivas dos agricultores familiares. Durante e após a crise, esses trabalhadores devem desempenhar um papel fundamental ao colocar alimentos saudáveis nas mesas das pessoas.

Para a organização, crises são oportunidades de mudança. É necessário encarar esse desafio como uma oportunidade de mostrar como agricultores familiares são uma parte essencial do tecido social, demonstrando o reconhecimento que merecem e, com ele, os meios que eles precisam para poder prosperar.

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