Congresso
Proposta prevê obrigatoriedade de defesa técnica já na fase de inquérito, antes da Justiça, em casos de violência letal
Rafael Tatemoto |
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Os deputados que integram o grupo de trabalho (GT) que analisa na Câmara as propostas do chamado pacote “anticrime” — de autoria do ministro da Justiça Sergio Moro — incluíram em um dos projetos um novo mecanismo que amplia o direito à defesa técnica por parte de policiais investigados por ações em que tenham envolvido o emprego de violência letal — ou seja, tenha matado alguém.
A inclusão da ideia ocorreu nesta terça-feira (1º), dias após a rejeição de um dos itens propostos por Moro, que aumentava os chamados “excludentes de ilicitude”, as hipóteses em que ações policiais que resultassem em morte poderiam ser desconsideradas como crimes.
A proposta trazida na terça-feira pelos parlamentares Margarete Coelho (PP-PI) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ), estipula que policiais que sejam alvo de inquéritos nesses casos devem obrigatoriamente ser acompanhados por advogados privados, da corporação ou da Defensoria Pública.
Atualmente, a presença de um defensor técnico, como em outras situações, só é obrigatória no momento após o inquérito — conduzido pela polícia –, quando se inicia o processo penal em sentido estrito – capitaneado pelo Ministério Público.
Segundo especialistas, a ideia, que precisa ainda passar por todos os trâmites legislativos, pode ser de difícil implementação, principalmente do ponto de vista da Defensoria Pública.
Advogado criminalista e mestre em Direito, Ivan de Franco avalia que a proposta, no geral, amplia a garantia de direito de defesa dos policiais, mas aponta que a Defensoria Pública não costuma atuar na fase de inquérito.
“Uma boa defesa iniciada no inquérito faz toda diferença no resultado. Porém, salvo engano, a Defensoria Pública não atua em inquérito policial. Não é o caso de se colocar contra algo que vai garantir direitos às pessoas, mas é o caso de levantar essa questão”, argumenta.
Formalmente, nada impede defensores públicos de atuarem em inquéritos policiais. Na verdade, essa é uma das atribuições da instituição. Na prática, entretanto, ela não conta com quadros e recursos suficientes para cobrirem essa atividade. A questão, portanto, seria como esse serviço seria viabilizado a policiais – e por qual razão apenas a eles.
Patrick Mariano, advogado e mestre em Direito, aponta que, na prática, casos de letalidade policial raramente levam a condenações penais, e reforça que a prestação da Defensoria nesse âmbito precisa ser melhor formulada.
“A Defensoria tem critérios de ordem econômica para atuar, e está se criando um critério em razão da função. É estranho. Na verdade, eles [policiais envolvidos em casos de violência letal] normalmente são absolvidos. Eles já têm uma proteção jurídica grande”, afirma.
O jurista faz menção ao fato de que o critério para alguém se valer dos serviços da Defensoria é o de renda, o que não se aplicaria a todos os integrantes das corporações policiais.
(function(i,s,o,g,r,a,m){i[‘GoogleAnalyticsObject’]=r;i[r]=i[r]||function(){
(i[r].q=i[r].q||[]).push(arguments)},i[r].l=1*new Date();a=s.createElement(o),
m=s.getElementsByTagName(o)[0];a.async=1;a.src=g;m.parentNode.insertBefore(a,m)
})(window,document,’script’,’//www.google-analytics.com/analytics.js’,’ga’);
ga(‘create’, ‘UA-54143594-4’, ‘auto’);
ga(‘set’, ‘campaignName’, ‘FacebookIA’);
ga(‘set’, ‘campaignSource’, ‘FacebookInstantArticles’);
ga(‘set’, ‘campaignMedium’, ‘social’);
ga(‘send’, ‘pageview’);