O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) entregaram, nesta segunda-feira (6), cerca de seis mil quilos de alimentos orgânicos para povos indígenas de cinco etnias localizadas no sudeste do estado do Pará.
A iniciativa está inserida no conjunto de ações de solidariedade e doações de alimentos promovidas pelo MST em todo o Brasil. O objetivo é prestar apoio às pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, sobretudo, com o agravamento provocado pela pandemia da covid-19.
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Ayala Ferreira, da direção nacional do MST, explica que para além do apoio aos mais vulneráveis, uma bandeira defendida pelo MST, esse também é um momento de convidar a sociedade para perceber a necessidade da reforma agrária como projeto de uma vida melhor para quem vive na cidade e para quem reproduz a sua existência no campo.
Queremos fortalecer os processos de resistência das comunidades tradicionais.
“Essa é a nossa forma, enquanto MST, conscientes do seu papel nesse momento histórico em defesa da vida. Queremos fortalecer os processos de resistência das comunidades tradicionais, das populações mais vulneráveis e a gente efetivamente atravessar esse momento mais fortalecidos enquanto sujeitos que necessitam se unir para enfrentar essa pandemia, mas também para enfrentar o mal de todos os males, que é o capital nessa região.”
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Solidariedade mesmo sob ameaça de despejo
Nesta segunda foram doadas cerca de 400 cestas com frutas, verduras, queijos, carnes, arroz, tem feijão, farinha, mamão, abacaxi, laranja, tanja, banana, queijo, galinha caipira, todos itens da agricultura familiar oriundos de vários assentamentos e acampamentos do sudeste do Pará. Um deles é o Dalcídio Jurandir, cujas famílias correm o risco de serem despejadas.
O pedido de reintegração de posse é de Daniel Dantas, banqueiro e latifundiário, acusado de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
“As galinhas e queijos vieram daquela comunidade que está profundamente ameaçada de despejo. E essas cestas visam atender, principalmente, algumas etnias indígenas da região sul e sudeste do Pará. São cinco etnias que o Cimi acompanha, que já foram levantadas como aldeias em situação de vulnerabilidade alimentar, mas que também estão sofrendo as consequências da pandemia que atingiu em cheio esses territórios em função das invasões por parte de atividades minerárias ou de grileiros.”
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Receberam os alimentos agroecológicos as aldeias Sororo, Yeta, Ytahi, Tukapery, Apirahy, Awassehe, Akamassiron, da TI (Terra Indígena) Surui, onde vivem 155 famílias; além das aldeias Nova Jacundá, Aldeia Kanai, Otikun Ororoba e Guajanaira. No total, 188 famílias receberam os alimentos. Além do MST e do Cimi, a ação também contou com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Casa de Saúde Indígena (Casai), de Marabá.