Fonte https://www.huffpostbrasil.com/entry/mortes-covid-19-23-abril_br_5ea1ccc9c5b6395826b89747
O número de mortes causadas pela covid-19 no Brasil chegou a 3.313, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (23). Os casos confirmados somam 49.492 e a taxa de letalidade é de 6,7%.
Em 24 horas, de quarta-feira (21) para esta quinta, foram 407 novos óbitos confirmados, um aumento de cerca de 14% e recorde na pandemia. No mesmo período, foram registrados 3.735 novos casos, um crescimento de 8,2%. Na quarta, eram 45.757 diagnosticados e 2.906 mortes.
O maior número de mortos está no estado de São Paulo, com 1.345 e 16.740 casos. Em seguida, aparece Rio de Janeiro, com 530 mortes, Pernambuco Ceará (266), Pernambuco (312) e Amazonas (234).
Em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que é preciso esperar os números dos próximos dias para saber a causa do crescimento de mortes. “A gente não sabe se isso aí representa um esforço para fechar os diagnósticos ou é uma linha de tendência de aumento”, afirmou. “Se for tendência de aumento, os números dos próximos dias vão aumentar cada vez mais”, completou.
De acordo com o ministro, nesta quinta a pasta habilitou 1.134 leitos, com custo de R$ 173 milhões em 90 dias. Teich não informou a distribuição das unidades por estado.
Sobre o uso da cloroquina, o ministro disse que a pasta não mudou de posição sobre recomendar o uso do remédio. “Recomendação depende de estudo científico sólido”, disse. Nesta quinta, após uma reunião com Teich e com o presidente Jair Bolsonaro, o Conselho Federal de Medicina divulgou um parecer no qual permite a prescrição da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratar a covid-19 já em estágios iniciais da doença.
Até agora, a recomendação do Ministério da Saúde é para que a cloroquina, usada para tratar malária, artrite reumatoide e lúpus, seja receitada apenas para casos graves ou críticos da doença. A principal preocupação do ministério era com o potencial da droga gerar arritmias cardíacas.
Pelo Twitter, o ministro da Saúde afirmou que foram enviados 13 profissionais de saúde a Manaus (AM) nesta quinta. Nesta quarta, o ministro da Casa Civill, Braga Netto, afirmou que formam convocados 83 profissionais para a capital amazonense. De acordo com o prefeito Arthur Virgílio (PSDB), “o número de UTIs está crescendo e as UTIs estão totalmente lotadas”. A ocupação dos leitos oscila entre 96% e 100%, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas.
Também pelo Twitter, Teich afirmou que foram distribuídos 13,9 milhões de EPIs (equipamentos de proteção individual), como máscaras para profissionais de saúde, nesta semana.
Quanto à flexibilização do isolamento social, Teich voltou a afirmar que esse tipo de medida será decidida a partir do monitoramento diário do avanço da epidemia. “Isso não quer dizer que a gente vai sair amanhã e que alguém defenda o isolamento ou não. Se o melhor para a sociedade tiver de ser o isolamento, é o que vai ser. Se eu puder flexibilizar, dando autonomia para as pessoas, uma vida melhor e isso não vai influenciar na doença, é o que eu vou fazer”, disse.
A expectativa da pasta é que o número atual de mortos seja maior, isto porque há demora no resultado dos exames. Como o HuffPost vem noticiando, a lentidão no resultado de testes laboratoriais, que detectam tanto a causa da morte quanto se a pessoa foi contaminada, leva a um atraso nos dados oficiais.
Essa demora também se reflete no número de casos no País. Há uma subnotificação de casos confirmados ainda maior devido à limitação de testes de diagnóstico. O exame tem sido direcionado apenas aos casos graves. Desde o início da pandemia no País, a orientação tem sido para que apenas pacientes com sintomas severos procurem o sistema de saúde.
O ministério alerta que fazem parte do grupo de risco pessoas acima de 60 anos, mesmo que não tenham nenhum problema de saúde associado. “Além disso, pessoas de qualquer idade que tenham comobirdades, como cardiopatia, diabetes, pneumopatia, doença neurológica ou renal, imunodepressão, obesidade, asma e puérperas, entre outras, também precisam redobrar os cuidados nas medidas de prevenção ao coronavírus”.
Segundo o mapeamento do Centro de Recursos de Coronavírus da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, foram confirmados quase 2,4 milhões de casos da covid-19 no mundo inteiro e quase 165 mil mortes, de acordo com dados atualizados na tarde desta segunda-feira (20). O Brasil está em 11º lugar no mundo no número de mortes em 12º no de casos.