O primeiro Fórum Global sobre Refugiados, que teve fim na última quarta-feira (18), em Genebra, resultou em mais de 770 promessas de apoio, que cobrem áreas como proteção, empregabilidade e educação para refugiados e para as comunidades que os acolhem.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), bancos em desenvolvimento, assim como Estados e outras partes interessadas, assumiram compromissos financeiros que totalizaram mais de 10 bilhões de dólares.
Para o ACNUR, o Fórum revelou uma “mudança decisiva” em direção a ações de longo prazo para assistir as mais de 25 milhões de pessoas no mundo que deixaram seus países em decorrência de conflitos, perseguição e violência.
“O apoio público ao asilo tem hesitado nos últimos anos. E, em muitos casos, comunidades que acolhem refugiados têm se sentido sobrecarregadas ou esquecidas. Mas situações de refugiados são ‘crises’ somente quando as deixamos se tornar crises, pensando nelas em prazos curtos, deixando de planejar ou trabalhar em conjunto entre setores e negligenciando as comunidades em que eles chegam”, disse Filippo Grandi, que chefia o ACNUR.
Promessas amplas
O Fórum é um elemento-chave para o Pacto Global sobre Refugiados, firmado pela comunidade internacional em dezembro de 2018. Ele demanda que o Fórum Global sobre Refugiados seja realizado a cada quatro anos.
Mais de 3 mil pessoas participaram da primeira edição, incluindo representantes de governos, organizações financeiras internacionais, empresas, sociedade civil e organizações humanitárias e de desenvolvimento, assim como os próprios refugiados.
Os compromissos substanciais assumidos durante o evento incluem escolas para crianças refugiadas, novas políticas governamentais, energia limpa, infraestrutura e melhor apoio a comunidades e países anfitriões.
Segundo o ACNUR, o setor privado ficou responsável por uma série de compromissos, entre eles o forte apoio à criação de oportunidades de emprego para refugiados. Além disso, grupos empresariais se comprometeram com 250 milhões de dólares, enquanto pelo menos 15 mil empregos serão disponibilizados a refugiados, assim como cerca de 125 mil horas por ano serão dedicadas à assistência jurídica gratuita.
Por fim, muitos países de origem assumiram compromissos relacionados ao retorno voluntário e à reintegração de refugiados e outras comunidades deslocadas.
Segundo o ACNUR, outras promessas também são esperadas, e indicadores foram estabelecidos para monitorar o progresso e avaliar o sucesso das medidas, como criação de empregos, disponibilidade de vagas em escolas e redução de níveis de pobreza.
Uma reunião de inventário será realizada em dois anos, e a segunda edição do Fórum Global sobre Refugiados está agendada para o final de 2023.