Como se o dólar e as ações não tivessem o suficiente com o confronto comercial prolongado em que os Estados Unidos e a Os mercados latino-americanos receberam um duro golpederivado do resultado da votação primária na Argentina, que afastou a possibilidade de reeleição do presidente neoliberal Mauricio Macri nas eleições de outubro.
Embora a Colômbia não tenha uma relação econômica tão próxima com a Argentina, os efeitos de sua situação política foram sentidos com rigor, especialmente no front de câmbio,em que a moeda dos EUA recuperou perto 54 pesos, o que levou à taxa oficial para esta terça-feira até 3. 436, 26 pesos.
A desvalorização do peso colombiano, com o movimento na segunda-feira, foi de 1 58 por cento, enquanto no acumulado do ano vai em 5, 74 por cento
Não foi a única moeda na região que sofreu ontem. O peso argentino foi o de maior queda, com 27 por cento; o mexicano desvalorizou 0, 83 por cento; O chileno fechou o dia com 0, 41 por cento, enquanto a precisão brasileira rendeu 1 por cento.
As bolsas de valores da América Latina foram afetadas.Na Colômbia, por exemplo, o índice do mercado de ações conhecido – o Colcap – caiu 0, 43 por cento;o mercado de ações Merval de Buenos Aires entrou em colapso 37 por cento, uma das maiores quedas diárias em sua história.
Também registraram perdas na bolsa de valores mexicana (1, 41 por cento), de Santiago (1, 76 por cento) e do mercado de ações de Lima (1, 64 por cento).
Medo do investidor
Analistas da Colômbia concordam que a situação na Argentina não deve, em princípio, ter um efeito direto sobre o país e esperar que os mercados voltem em breve à calma, embora avisem que visto ontem é mais uma questão de contágio produto do nervosismo dos investidores que vêem a região quase como um todo.Estes investidores, dizem eles, temem que a Argentina cesse o pagamento da sua dívida de devolução do ‘Kirchnerismo’ ao governo.
“Quando esta notícia é dada, os investidores ficam assustados com a ignorância precisa das interdependências econômicas, o que acaba nos afetando. Também poderia influenciar a medida em que alguns investidores pensam que o pêndulo se volta para a esquerda política e que outros países da região poderiam cair em uma situação idêntica ”, explica Andrés Langebaek, diretor de Estudos Econômicos do Grupo Bolívar.
Na mesma linha, Mario Acosta, Gerente de Estratégia e Pesquisa Econômica da Ultraserfinco, falou. Na sua opinião, o que foi visto na segunda-feira reflete o medo dos investidores sobre o ressurgimento da esquerda na região.
De cair um governo como o de Macri, argumenta ele, poderia reformar as reformas que são realizadas e mudar as regras do jogo novamente,que – é natural – não gosta do investidor estrangeiro, que prefere liquidar seus investimentos em vez de correr o risco de investir em uma economia tão volátil.
“É normal que a região sofra um contágio, mas a depreciação de nossos ativos era muito menor do que a sofrido na Argentina. Eu acho que a questão política da Argentina é muito pontual e terá um impacto significativo naquele país, mas não tem que afetar os ativos da região a longo prazo ”, disse Acosta.
No entanto,os resultados da votação de domingo na Argentina não é a única coisa que mantém os investidores em alerta máximo, que não só vêem o que está acontecendo na região, mas o que está acontecendo nível global com a economia,que está perdendo a tração.
O que aconteceu na Argentina é apenas um sintoma do nervosismo que existe nos mercados. O problema real é a crise econômica em todo o mundo
Para Juan David Ballén, diretor de Análise e Estratégia da corretora Casa de Bolsa, a verdadeira situação é muito desafiadora e que Isso gera um grande nervosismo nos mercados. “O que aconteceu na Argentina é apenas um sintoma de nervosismo experimentado nos mercados. O problema real é a desaceleração econômica global ”, argumenta ele.
Ele acrescenta que a Argentina é a terceira economia mais importante da região, e a reação dos ativos financeiros se deve a uma risco sistêmicoOs resultados das primárias levaram os investidores a aumentar a sua aversão ao risco para a região.
Investidores procuram maneiras de reduzir o risco
Na ânsia dos investidores em proteger seus investimentos na América Latina, a Colômbia foi afetada. Camilo Pérez, gerente de Pesquisa Econômica do Banco de Bogotá, explicou que, como os investidores costumam ter carteiras com participação em grupos de países com características semelhantes, depois de um dia como ontem, suas carteiras emergentes perderam valor na Argentina e Tente reequilibrá-los para reduzir os riscos, eles são forçados a vender outros ativos da mesma cesta que não necessariamente têm muito a ver com o país em questão.
“No curto prazo, os investidores estão atendendo mais a um critério de redução de risco do que a um contágio para uma relação econômica real.Em alguns dias ou semanas, as coisas se acalmarão e os ativos emergentes provavelmente recuperarão parte de seu valor. Claro, nem tudo, porque o ‘sentimento’ dos investidores já foi espancado ”, diz ele.
ECONOMIA E NEGOCIAÇÃO EMPRESARIAL
Baixe o aplicativo Weather. Com ele você pode escolher os tópicos de seu interesse e receber notificações das últimas novidades. Conhecê-loaqui
A Forbes Brasil montou um cardápio de lugares muito diferentes entre si, que têm em comum uma gastronomia “diferente”, comandada por chefs premiados. Acompanhe a seguir os sabores e as experiências escolhidas a dedo na Itália, na Índia, no México e no Peru.
1. TOSCANA, Itália
A simples menção do nome desse lugar (“Toscana”) já é capaz de abrir o apetite. E, ao falarmos de Borgo Santo Pietro, ultrapassamos a expectativa gastronômica desse pedaço da Itália para entrar em um Relais & Châteaux situado em Chiusdino (próximo a Siena). São suítes, vilas, restaurantes e um spa em um parque que abriga a construção do século 13 convertida em um dos hotéis mais desejados do mundo.
O décor de bom gosto, com peças de antiquário mescladas com objetos de arte, grandes poltronas de couro e lareiras crepitando ao fundo (que clamam por taças de vinhos Brunello e Montepulciano) convida a cafés da manhã, almoços e jantares que redefinem o prazer de comer bem.
A experiência gastronômica começa no campo. Borgo Santo Pietro tem sua própria fazenda de cultivo orgânico, com mais de 200 espécies de vegetais, cerca de 50 ervas aromáticas e 40 tipos de flores, além da criação de ovelhas, granja free range, produção de laticínios (os queijos e iogurtes são incríveis!) e vinhedos para garantir a qualidade e o frescor dos ingredientes. E o que eventualmente faltar é garantido por fornecedores cuidadosamente escolhidos nas proximidades.
Tamanho cuidado alia-se ao talento dos chefs e suas equipes, responsáveis pelas delícias toscanas da Trattoria Sull’Albero (não perca as pizzas, os risotos e a bisteca fiorentina, feita com a carne da região perfumada com alecrim) e do restaurante Meo Modo. Estrelado pelo Michelin, ele serve menus degustação sazonais tão criativos quanto surpreendentes (tagliolini com camarões e queijo fiorito, agnolotti recheado com coelho, capelletto com avelãs e batata, badejo com aspargos e bottarga e, para terminar docemente, vá de sottobosco ou flowers and leaves, sobremesas que misturam texturas como chocolate, mascarpone e berries). A vigorosa carta de vinhos exibe cerca de 1.500 rótulos toscanos e de outras regiões. E a coquetelaria nesse cenário de filme é apenas o abre-alas para um desfile de refeições inesquecíveis. Para quem quiser ir além, Borgo Santo Pietro oferece uma escola de culinária, plantada em meio à fazenda orgânica, onde se pode aprender a fazer massas com cozinheiros locais, ter aulas avançadas com chefs estrelados ou participar de oficinas artesanais de fabricação de queijos.
Atenção para a oportunidade de experiências gastronômicas não menos fantásticas a bordo do iate Satori, um barco de 41,5 metros construído em Bodrum (Turquia) que navega com chefs a bordo e serve o melhor da culinária mediterrânea para dias de puro hedonismo.
Em Florença, o hotel mantém outro restaurante, charmoso e também estrelado: La Bottega del Buon Caffè, na Lungarno Benvenuto Cellini, 69.
A capital da Índia é um destino foodie que vai muito além da comida de rua. Entre avenidas apinhadas de gente e vacas caminhando tranquilamente no meio do trânsito caótico, prepare-se para um celeiro de sofisticados restaurantes (muitos deles abrigados em luxuosos hotéis) que não exibem apenas a imensa variedade da culinária indiana, mas também a de outros países.
Como o Leela Palace, onde o mix de arquitetura colonial com toques da realeza Mughal faz deste um dos mais requintados da cidade.
Do clima speakeasy do Library Bar aos seus quatro restôs badalados – o indiano Jamavar, o contemporâneo The Qube, o japonês Megu e o premiado franco-italiano Le Cirque – tudo neste hotel-palácio inspira momentos de real prazer.
Já no restaurante Indian Accent, do hotel The Lodhi, o chef Manish Mehrotra ajudou a colocar a comida indiana moderna no mapa gastronômico mundial. O melhor restaurante do país ocupa a primeira posição no ranking indiano – e a 17ª da Ásia – no ranking da 50 Best Restaurants 2019. O segredo? Pratos indianos com toques instigantes, como o pato khurchan, servido num cone com iogurte de ervas e chutney de pimenta, e o cordeiro grelhado com manteiga ghee.
O Spicy Duck, no Taj Palace, tem clima futurista e pratos preparados na cozinha envidraçada que dá para o salão, como os dumplings com variados recheios e o delicioso pato de Pequim.
Vale – e muito – fazer um passeio de riquixá pelas sinuosas ruelas de Old Delhi, com direito a pit stop no Spice Market para comprar temperos. Mas é no hypado Khan Market que você irá encontrar o Town Hall, restaurante de culinária asiática (os sushis são um sucesso), clima de bar e atmosfera cool.
Leela Palace
@theleela
Indian Accent
@indianaccent
Taj Hotel
@tajhotels
3. LOS CABOS, México
Um dos destinos mais procurados por quem curte natureza, aventura e gastronomia, normalmente acessado por descolados de Hollywood. Pense em peixes e frutos do mar frescos catches of the day do Mar de Cortés e do Oceano Pacífico que lambem a Península da Baja Califórnia, no México, onde deserto e mar criam paisagens incomuns.
Reserve uma mesa no Flora’s Field Kitchen, dentro de uma fazenda de cultivo orgânico aos pés da Sierra de la Laguna, em San José del Cabo, que tem ainda The Farm Bar, Flora Farms Grocery e Flora Farms Celebrations (onde Adam Levine, da banda Maroon Five, fez sua festa de casamento). O astral hippie-chic conquista de imediato.
No Rosewood Las Ventanas al Paraiso, o dia começa com cafés da manhã feitos na cozinha da sua vila particular pelo mordomo que prepara drinques, reserva passeios e até ensina receitas de marguerita e guacamole perfeitos. E mais: bares molhados e espetaculares restaurantes com mood, décor e sabores diversos.
Anote: El Restaurante, com vista para o mar e pratos que revelam a rica culinária mexicana em suas várias regiões; La Cava, com menu sofisticado para jantares privados; El Sea Grill, com preparações no forno a lenha, e o Arbol, para delícias indo-asiáticas em cenário matador. Na happy hour, prepare-se: são 250 opções de tequila e mezcal no Tequila Ceviche Bar. Uma reclamação recorrente de quem se hospeda no Rosewood Las Ventanas al Paraiso é que o hotel e seus restaurantes são tão incríveis que a pessoa deixa de conhecer a região para ficar ali, deliciando-se sem parar.
Flora’s Field Kitchen
@erikaonthefarm
Rosewood Las Ventanas al Paraiso
@lasventanasalparaiso
4. LIMA, Peru
Não é de hoje que a capital peruana se tornou sinônimo de excelente gastronomia. O chef Gastón Acurio foi o responsável por espalhar mundo afora a fama do ceviche local, atraindo turistas à capital do país com a (deliciosa) missão de conhecer os restaurantes mais badalados da América Latina. Graças ao sucesso do Astrid & Gastón e da cevicheria La Mar, Acurio recebeu, no ano passado, o prêmio Lifetime Achievement pelo “conjunto da obra”, durante o anúncio dos 50 melhores restaurantes do planeta.
Com o Pacífico oferecendo peixes e frutos do mar de fino sabor, os cozinheiros e cozinheiras de Lima aproveitaram o sucesso de Acurio para seguir surpreendendo os visitantes com receitas que também ecoam as tradições do interior do país, a partir de vegetais únicos e variados. Destino certeiro para amantes da boa cozinha. Além disso, Lima recebeu bem a influência vinda de fora, principalmente da Ásia. A prova é o restaurante Maido, do chef Mitsuharu “Micha” Tsumura, que nasceu no Peru, mas apurou sua técnica no Japão. Resultado: uma rica fusão de estilos que o fez chegar ao primeiro lugar do 50 Best América Latina e sétimo no ranking mundial da revista britânica “Restaurant”.
A degustação Experiência Nikkei (com ingredientes peruanos e receitas japonesas) tem mais de dez etapas. Entre elas, os ceviches; o peixe com frutos do mar e cerveja de milho; o asado de tira nitsuke (50 horas de cozimento com creme de batata e alho negro); o bacalhau grelhado com missô e o arroz chiclayano, com ouriço e cogumelo do mar. Sem dúvida, uma experiência única!
Já o restaurante Central, dos chefs Virgílio Martínez e Pía León (eleita a melhor chef mulher da América Latina ano passado), vai fundo nas tradições peruanas, trazendo à mesa muitas das plantas nativas do país mapeando a cultura andina. Dessa forma, seu menu se baseia nas alturas, com ingredientes encontrados nas diversas altitudes, do mar às montanhas. Sexto na lista mundial do 50 Best e segundo latino-americano, numa curiosa inversão com o Maido, o Central impressiona com a apresentação dos pratos, interpretando, por exemplo, os moluscos de rocha, as plantas do deserto, os algodões de bosque, a terra de milho, a Amazônia plana ou a Cordilheira alta. Para ver, sentir, comer e se extasiar.
Mas Lima não vive só dos superbadalados Maido e Central. Uma opção simpática é o Malabar, do chef Pedro Miguel Schiaffino, que se preocupa em apoiar os pequenos produtores dos Andes e da Amazônia peruana. Seus pratos são muito criativos, refazendo tradicionais tiraditos (ceviche em cortes mais finos), salada de milho, pato ao alho negro ou o ceviche de banana com kimchi de flor, cocona (fruta da selva peruana) queimada e cebolas no carvão.
Para se hospedar, uma boa opção é o Country Club Lima Hotel, que exala charme e conforto em um palacete colonial recheado de obras de arte do século 16. Vá ao Bar Inglés e peça um pisco sour – o coquetel emblemático do país é um dos muitos (o restô Perroquet, com menu tradicional peruano, é outro) motivos que fazem deste um dos mais bem-frequentados spots da cidade.
Central
@centralrest
Malabar
@malabarperu
Country Club Lima
@countryclublimahotel
Reportagem publicada na edição 69, lançada em julho de 2019
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=v1PHb9b2FR0]Siga FORBES Brasil nas redes sociais: