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Salvador 471 anos: qual cidade o soteropolitano quer?

Fonte https://www.brasildefatoba.com.br/2020/03/27/salvador-471-anos-qual-cidade-o-soteropolitano-quer

Nesse mês de março, a cidade de Salvador completa 471 anos de fundação. A primeira capital do Brasil possui, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, uma população estimada de 2.872.347 pessoas.

A população soteropolitana é conhecida pela alegria e por fazer festa com tudo. Mas quem aqui vive bem sabe que é o trabalho e o jeito de levar a “vida dura” de maneira “leve” que marca esse povo. Em mais de quatro séculos de existência, Salvador se formou e se transformou do ponto de vista físico e cultural, e ainda está se transformando. A cidade que tem 82% da população autodeclarada negra, também segundo o IBGE, vem resistindo e lutando diante da ausência de um projeto de desenvolvimento que pense as necessidades dos habitantes da cidade. Nessa edição, ouvimos três leitores do Brasil de Fato que responderam à seguinte pergunta: “Qual Salvador você quer”?

“A Salvador que eu quero é a que combata o analfabetismo e possibilite para sua população uma educação crítica e ao mesmo tempo de boa qualificação técnica. Que tenhamos uma rede de saúde que busque a prevenção das doenças, postos de saúde funcionando efetivamente para evitarmos filas nos hospitais.
Que o transporte privilegie o coletivo como ônibus e metrô para evitar o caos dos engarrafamentos e, ao mesmo tempo, ofereça preços acessíveis para população ter acesso a esses meios de transporte.
Quero uma Salvador que preserve sua história e cultura de resistência aos colonizadores, mas que projete o futuro olhando seus desafios para superá-los e termos uma cidade digna  e humana”.

Juan Gonçalves, Advogado

“A cultura é um direito de todos e está assegurado na Constituição.  É um dos meios que as pessoas têm para obter mais conhecimento sobre o local onde vive.
Observamos vários pontos culturais na cidade do Salvador, mas que ainda não são acessíveis para todos. Pois todos os pontos estão localizados em área mais centrais. Quem mora afastado do centro não tem acesso a esses pontos. É preciso que, ao pensar em Cultura, se pense na realidade cultural da cidade, como e onde vivem as pessoas, a condição econômica, social, cultural para que, assim, todos possam ter acesso a cultura de qualidade. Que seja pensado espaços voltados para arte não só no centro da cidade, mas nos bairros distantes. Que Salvador tenha mais espaços acessíveis para arte, pois ela é de extrema importância na vida das pessoas, tem papel transformador. Através da arte podemos mudar várias realidades”.

Maurício Lobo, Estudante

“Uma Salvador com melhor transporte público, com mais segurança, melhores assentos e vale ressaltar os ônibus com ar condicionado e troca da frota antiga por uma mais nova, pois tem muito ônibus sujo e cheio de baratas. Uma cidade que tenha lazer para a população. Hoje não tem opões novas de lazer. Fora a praias, só temos o Parque da Cidade e o de Pituaçu. Precisamos de mais opções gratuitas para população. A cidade só movimenta em período de carnaval. Quero Salvador com mais opções de lazer que sejam acessíveis aos bolsos”.

Juliane Amorim, Auxiliar Administrativa

“Quero a Salvador que ainda não existe: uma cidade com o Sistema Único de Saúde -SUS fortalecido, abrangente, com atendimento de qualidade para a população, que tanto precisa – dentro de sua diversidade: a população de rua, a população Lgbt, o povo preto, as mulheres, as e os idosos, todas e todos na sua diversidade, sendo atendidas sem demoras e com muito respeito a cada especificidade. Uma cidade onde a informação e a defesa pelo SUS, público, gratuito e universal, vibram forte e valem mais do que as festas”.

Itana Scher, Farmacêutica

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