Fonte https://www.huffpostbrasil.com/entry/parada-lgbt-online_br_5ee008a3c5b6dd19868be5ec
Devido ao isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo não ocupará, tradicionalmente, as ruas da Avenida Paulista em junho de 2020. O evento, que leva mais de 3 milhões de pessoas às ruas anualmente, terá sua primeira versão online.
Com a iniciativa, realizada no próximo domingo (14), a Parada de São Paulo se junta a outras organizações pelo mundo que, mesmo diante do surto de covid-19, seguem tentando reinventar as celebrações do orgulho de ser LGBT.
Em comunicado, a APOGLBT, organização responsável pela organização da Parada LGBT afirma que “todos são conscientes sobre as restrições que vivemos, a mobilidade urbana, o confinamento social” e estes fatores não poderiam deixar “a data de celebrar nosso Orgulho” de lado.
Transmitida simultaneamente em 11 canais no YouTube, a partir das 14h (horário de Brasília), tantos os convidados, quanto os apresentadores vão interagir remotamente, cada um de sua casa. A previsão é que a Parada tenha cerca de 8 horas de duração.
Fih e Edu, do canal Diva Depressão, serão hosts do evento, juntamente com os YouTubers Lorelay Fox, Mandy Candy, Jean Luca, Nátaly Neri, Louie Ponto, Spartakus Santiago, e Herbertt e Fernanda, do Canal das Bee.
Evento também será transmitido pelo canal da Dia Estúdio, responsável pela transmissão, da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT-SP) e do YouTube Brasil.
Durante a live, os apresentadores receberão virtualmente convidados para debater como direitos sociais, preconceito e diversidade. A presença virtual de Glória Groove e Daniela Mercury estão confirmadas. Nomes como Pabllo Vittar, Katy Perry, Mel C e Ivete Sangalo vão enviar depoimentos.
Além disso, ao longo da transmissão, serão veiculados conteúdos produzidos pelo time de apresentadores em temáticas variadas: desde o histórico de luta das pessoas LGBT no Brasil até exemplos de iniciativas da comunidade.
A audiência também poderá participar ao vivo do evento, enviando fotos e relatos usando a hashtag #ParadaSPAoVivo.
A APOGLBT afirma que esta também é uma oportunidade de coletar doações para o projeto “Rede Parada Pela Solidariedade” que, no atual momento, tem apoiado uma parcela da população LGBT em situação de vulnerabilidade ao fazer mutirões de distribuição de marmitas e kits de higiene pessoal.
“Nosso objetivo [com o evento] é ajudar e dar visibilidade para a comunidade LGBT como parte da estratégia da ONG de manter as pessoas seguras em suas casas e conectadas com o movimento”, diz comunicado da ONG.
Em 2019, a Parada ocorreu sob o governo Bolsonaro pela primeira vez e, por isso, a expectativa sobre como os participantes se posicionariam em relação ao presidente, conhecido por histórico de declarações homofóbicas, era grande.
Mas a grande maioria dos participantes, e na maior parte do percurso da Parada, preferiu não fazer de Bolsonaro o centro do movimento. O recado geral dos LGBT foi claro: o protagonismo é deles, e não há volta para o “armário”.
Ano passado, as revoltas de Stonewall – que deram pontapé para manifestações LGBTs em todo o mundo – completaram 50 anos e a Parada se tornou uma grande celebração dos movimentos por reivindicação de direitos.
Para 2020, o tema escolhido foi “Democracia”. E o slogan do evento escolhido foi “Sejamos o pesadelo dos que querem roubar nossa Democracia”. Mesmo com a alteração da data, o tema se mantém, segundo os organizadores.
“Estamos em um momento que exige por parte da sociedade organizada uma ação coletiva. A APOGLBTSP, organizadora da maior manifestação social e por direitos humanos de rua e que luta por igualdade, diversidade, direitos humanos e por democracia no Brasil vem a público conclamar todas as organizações que têm apreço pelo regime democrático e aos princípios fundamentais a unir forças”, diz texto do manifesto dos organizadores.
Organização responsável pelo evento diz que, por enquanto, a Parada presencial adiada para o dia 29 novembro, está mantida.