Para que os direitos da juventude sejam efetivados, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) trabalha para promover sua liderança e participação. Neste contexto, reuniu em dezembro, em Brasília (DF), organizações e coletivos da sociedade civil para participar da Sala de Situação de Juventude e Sociedade Civil sobre Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD).
A atividade teve como objetivo compartilhar experiências e expandir a visão das juventudes sobre como avançar na implementação da Agenda 2030 e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e no avanço dos compromissos da CIPD.
Em novembro deste ano, ocorreu a Cúpula de Nairóbi, no Quênia, para relembrar o Programa de Ação do Cairo e renovar as promessas feitas ao mundo em 1994, durante a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento. Ao longo de 2019, diversos encontros preparatórios rumo à Cúpula de Nairóbi foram realizados com a participação de jovens, inclusive do Brasil.
Durante a atividade, os e as jovens compartilharam suas experiências dos encontros preparatórios, como a Reunião Preparatória da América Latina e Caribe que aconteceu em setembro, em Puebla, no México. O Forúm e reunião de alto nível para o cumprimento do direitos das pessoas afrodescendentes na América Latina e Caribe em San José, na Costa Rica e a Conferência Internacional de Juventude no Cairo, Egito.
Rayanne França faz parte da Rede de Juventude Indígena (REJUIND) e participou do painel sobre Mudanças Climáticas e Adaptação na Cúpula de Nairóbi. Durante a atividade em Brasília, ela compartilhou sua realidade e comentou sobre a participação na Cúpula.
“O governo brasileiro apresentou em Nairóbi 13 compromissos, e é importante pensarmos como podemos trabalhar nestes compromissos e ter uma aliança estratégica enquanto jovens, incluindo juventude indígena, para que a gente continue a insistir em pautas voltadas para a juventude.”
Os coletivos e organizações participantes foram: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas; Rede de Juventude Indígena; Coletivo de Transs pra Frente; Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal (CDCA); Juventude Marista; Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania; Observatório de Saúde da População Negra; Engajamundo; Movimento Estamos TodEs em Ação;
Assim como o compartilhamento de experiências, a atividade também debateu estratégias para que as e os jovens disseminem as informações discutidas em suas respectivas organizações e coletivos da sociedade civil.
“Estima-se que atualmente a América Latina e o Caribe tenha 165 milhões de jovens entre 10 e 24 anos, por isso, é necessário promover a interação multissetorial em torno da importância de investir na adolescência e juventude”, disse o oficial de Programa para Juventude do UNFPA, Caio Oliveira.
“Os esforços em torno dessas pessoas permitem que desenvolvam habilidades e conhecimentos e que tomem decisões conscientes sobre seus corpos, vidas, famílias, comunidades, países e nosso mundo.”
Observatório da Juventude
Para monitorar o estabelecimento das metas da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) em relação à juventude, o UNFPA no Brasil e a FIOCRUZ estudam desenvolver projetos envolvendo juventude e saúde. A ideia é, por meio do programa da fundação Agenda Jovem, criar um observatório da juventude com a presença de líderes do movimento jovem do país inteiro.
O observatório será composto por diferentes representações da sociedade civil, academia e FIOCRUZ e terá um papel fundamental no acompanhamento da execução da agenda da CIPD e dos compromissos brasileiros assumidos na Cúpula de Nairóbi.